Envolvimento e Participação Indígena
Esta secção discute a importância de as empresas compreenderem o contexto local antes de se envolverem com Povos Indígenas. Explica também os princípios de um envolvimento positivo, como as empresas devem abordar o contacto inicial e o princípio do consentimento informado (FPIC).
Para uma melhor compreensão desta secção agradecemos que consulte Povos Indígenas e Atividade Mineira (p20)
Informação de Base
É essencial compreender o contexto local para se envolver com Povos Indígenas desde fase inicial de um projeto. A informação de base é particularmente importante.
Os princípios de envolvimento positivo
Garantir a inclusividade desde a fase inicial. As empresas devem assegurar que todos os membros da comunidade, incluindo mulheres, jovens e os mais velhos, são consultados; e a empresa está empenhada em atuar de uma forma inclusiva e não discriminatória.
Contact Inicial
As primeiras impressões contam e definirão o tom para a totalidade do projeto. Os colaboradores e contratados que estiverem preparados, forem sensíveis e respeitadores da cultura dos Povos Indígenas podem criar alicerces para uma relação sólida. As dificuldades surgem quando as empresas:
- Entram numa área específica sem pedir autorização
- Não se envolvem de uma forma ampla e não explicam o que estão a fazer e porquê
- Desrespeitam ou ignoram os costumes locais
Envolvimento de Povos Indígenas nas tomadas de decisão
É essencial um amplo apoio das comunidades para que os projetos de mineração sejam desenvolvidos com sucesso.
- Os Povos Indígenas devem ser envolvidos e dar o seu consentimento em processos de tomada de decisões do projeto
- Uma compreensão partilhada de grupos indígenas afetados
- Um meio eficaz para garantir que os Povos Indígenas são informados sobre todos os impactos do projeto de mineração e os compreendem
- As empresas têm de compreender os processos e estruturas de tomada de decisão locais
- Têm de ser acordados prazos ao longo do tempo de vida do projeto
- Têm de ser acordados os termos e condições para a prestação de apoio contínuo por parte da comunidade
- Registar todos os processos e decisões alcançadas
- Tem de ser oferecido apoio para que as comunidades indígenas possuam as capacidades necessárias para participar nas decisões, por ex. proporcionar o acesso a aconselhamento especializado independente, etc.
Abordagem dos membros do ICMM ao consentimento informado (FPIC)
A abordagem dos membros do ICMM ao consentimento informado (FPIC) procura respeitar os direitos e interesses dos Povos Indígenas e reconhecer os direitos dos estados tomarem decisões em relação ao desenvolvimento de recursos nas suas jurisdições. A perspetiva do ICMM é que os projetos de mineração e exploração de metais bem sucedidos implica o apoio de um conjunto de interessados e partes afetadas, incluindo o governo e as comunidades de acolhimento. O consentimento informado (FPIC) compreende um processo e um resultado. Através deste processo os Povos Indígenas:
- São capazes de tomar decisões livremente, sem coação, intimidação ou manipulação
- Têm tempo suficiente para serem envolvidas em tomadas de decisões chave do projeto
- São totalmente informadas sobre todos os aspetos do projeto, incluindo impactos e benefícios potenciais
Os Povos Indígenas encaram o consentimento informado (FPIC) como:
- Um meio de garantir o respeito pelos direitos de todas as comunidades e grupos constituídos por Povos Indígenas
- Um meio de garantir o respeito pelos seus processos de tomada de decisão e o seu direito de aceitar ou rejeitar um projeto
- Um princípio de negociação de boa-fé com base no respeito mútuo e na igualdade
- Os povos Indígenas têm a sua própria perspetiva sobre os seus direitos. Estes devem ser tidos em conta para garantir que os resultados são coerentes com a declaração da posição do ICMM
Perspetivas intergovernamentais e governamentais sobre o consentimento informado (FPIC)
A maioria dos países conserva a titularidade dos direitos minerários e tem o direito de tomar decisões sobre o desenvolvimento de recursos de acordo com as leis nacionais.
- A Convenção 169 da OIT é legalmente vinculativa para os 22 países que aprovaram a convenção
- A convenção reconhece o valor cultural e espiritual que os Povos Indígenas atribuem às suas terras e ainda a ocupação e uso tradicional da terra como a base para os direitos às terras e aos recursos
- A convenção exige que os estados consultem os Povos Indígenas antes da exploração ou extração de recursos subterrâneos
- A convenção estabelece que os Povos Indígenas não devem ser retirados das suas terras. Quando a deslocalização for inevitável, esta deve ser feita com o seu consentimento e participação, com regresso às terras logo que possível. Quando o consentimento não for concedido, a deslocalização só pode ocorrer quando forem seguidos os procedimentos previstos pelas leis nacionais
- A Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas (UNDRIP) reconhece o consentimento informado (FPIC) como um aspeto do direito à propriedade dos Povos Indígenas, dos seus direitos culturais e do seu direito à autodeterminação
Dificuldades de Envolvimento
Ocorrerão dificuldades ao trabalhar com Povos Indígenas, sendo estes os mais comuns:
- Lidar com legados e perceções negativo
- Gerir expectativas da comunidade sobre projetos
- Dificuldades linguísticas e outras dificuldades de comunicação
- Manter o foco no envolvimento ao longo do tempo
A ferramenta 5 apresenta informação para lidar com cada uma destas dificuldades.
Ambiente, Comunidade, Economia, Gestão, Negócios com Ética, Reabilitação
Envolvimento Precoce e Acordos com Proprietários Nativos na Nova Gales do Su
Os benefícios da criação de relações sólidas, muito antes do início dos trabalhos de exploração