Gestão da Água com Base em Captação

Uma captação (p15) é a área de terra da qual todo o escoamento de superfície e água subterrâneas fluem através de correntes, rios, aquíferos de águas subterrâneas e lagos para o mar, foz, estuário ou delta; e a água a jusante afetada pela descarga do estaleiro.
O termo captação é por vezes usado com o mesmo sentido de bacia de drenagem ou bacia hidrográfica.

Uma abordagem baseada na captação olha para as atividades e problemas da captação como um todo, em vez de as ver separadamente.
Esta abordagem motiva as empresas a considerar de forma integral como a procura concorrencial de recursos aquáticos por um conjunto de partes interessadas pode criar pressões e originar conflitos se não for devidamente gerida.

Este método chama a atenção para a natureza complexa dos riscos da agua e identifica opções de resposta em situações em que os riscos surgem, ou exige a atuação fora dos limites operacionais da mina.

Uma abordagem baseada na captação exige que pessoas de diferentes setores se reúnam e identifiquem problemas, acordem prioridades e criem parcerias locais.

Gestão da água e mineração

As operações de mineração e com metais podem afetar a dinâmica da captação através de:

  • Peugada física
  • Extração
  • Processamento
  • Processos de descarga operacional

As empresas podem ser afetadas por:

  • Dinâmicas físicas e socioeconómicas na área
  • Disponibilidade da água
  • Qualidade da água
  • Taxas de retenção da água
  • Pressões sociais
  • Prioridades de desenvolvimento
  • Alterações da política nacional, regional ou local

Por que razão a água é diferente

  • Não compreender as perspetivas das partes interessadas pode levar as empresas a adotar comportamentos e ações que poderão minar a confiança, destruir as relações e aumentar os custos do negócio
  • A disponibilidade da água é variável. Compreender que o risco operacional e estratégico que envolve água é diferente de outros recursos naturais. Por exemplo a captação de um rio pode estar a ser atingido por uma seca, mas um não muito afastado pode estar com um grande fluxo. Ou uma captação pode enfrentar secas e cheias numa sucessão rápida
  • A água é uma fonte finita mas renovável – a disponibilidade é fisicamente limitada por infraestruturas e legalmente limitada por sistemas históricos de direitos sobre as águas
  • A água não pode ser substituída– embora se possam encontrar alternativas para o carbono, apenas a água pode ser usada para beber ou para irrigação
  • A água é volumosa e a sua deslocação em grandes quantidades é dispendiosa, sendo por isso um produto regional e limitado na distância em que pode ser transferido entre captações
  • Devido aos custos e ao fluxo fundamental da água de montante para jusante, os utilizadores, os riscos e as respostas têm de ser compreendidas ao nível de uma captação

Da gestão da água à administração da água

A área de operações, a direção corporativa e a gestão sénior têm de compreender o valor da água e a sua licença social para operar de modo a priorizar recursos e mitigações de risco. A governação da empresa e as estruturas de abastecimento exigem uma integração da compreensão integral, comunicação e riscos materiais da água e uma alteração dos métodos de gestão tradicioais.

O verdadeiro valor da água

Os custos de controlos operacionais e programas de mitigação são dif+iceis de quantificar. No entanto, a integração da valorização da água ao longo dos processos operacionais deverá permitir soluções que protegem e criam valor comercial significativo.

Se o custo de gestão da água não for refletido, numa perspetiva técnica isso pode levar a:

  • Excedente de água
  • Défice de água
  • Falta de desaguamento no início de um plano de mina ou incumprimento ambiental que pode originar risco operacional
  • Planos de encerramento da mina que subestimam os custos de reabilitação e responsabilidades de longo prazo de tratar a água afetada pela mina durante muitos anos após o momento de encerramento

Uma má gestão social da água pode originar:

  • A erosão de relações de partes interessadas
  • A perda da licença socia da empresa para operar
  • Atrasos que originam custos
  • Pressão regulatória
  • Falta de acesso a autorizações
  • Oposições a futuras expansões da mina

A valorização da água beneficia as empresas ao:

  • Identificar um planeamento e previsões de tesouraria abrangentes e rigorosos
  • Fornecer uma ferramenta de apoio às decisões
  • Fornecer motivação para gerir recursos hídricos
  • Proteger o valor da operação
  • Reforçar a colaboração, comportamentos e ações para gerar confiança
  • Reforçar a licença para operar de forma transparente

A água como risco do negócio

As empresas têm de considerar a utilização da água no contexto da sua disponibilidade e procura local. Tem de ser tomado em consideração um conjunto de riscos diretos, indiretos e de captação. Cada uma destas categorias de risco (p18) pode originar desempenho operacional reduzido, custos acrescidos, paragens a curto prazo e até encerramento; provocando um impacto grave e negativo sobre o atual valor líquido da mina e afetando o valor do acionista.