In 1992, seis anos antes do início da produção na mina de Raglan no norte do Québec, Canadá, os representantes da mina reuniram-se com membros da Makivik Corporation (uma empresa de desenvolvimento económico detida pelos Inuit) e acordaram iniciar um processo de consulta formal.
O Acordo de Raglan daí resultante foi assinado em 1995 entre a Société Minière Raglan du Québec Ltée (agora conhecida como mina de Raglan) e cinco parceiros Inuit (a Makivik Corporation e as duas comunidades locais de Salluit e Kangiqsujuaq, assim como as respetivas empresas fundiárias, Qaqqalik LHC e Nunaturlik LHC).
O acordo inclui diversos capítulos relativos à vigilância ambiental, emprego local, prioridade de aquisição dada a empresas Inuit competitivas e resolução de conflitos. O acordo contém também o primeiro sistema de partilha de lucros no setor mineiro do Canadá, que previa pagamentos fixos anuais durante os primeiros anos de exploração da mina até a mina se tornar rentável. O sistema de partilha de lucros inclui um compromisso de entregar 4,5% do lucro operacional ao parceiros da comunidade que participam no acordo logo que a mina tenha recuperado o seu investimento de capital inicial.
O dinheiro é colocado num fiduciário, que por sua ver distribui 25% pela Makivik Corporation, 30% pelos Kangiqsujuaq e 45% pelos Salluit. A Makivik Corporation e as comunidades locais distribuem os fundos entre as 14 comunidades na região de Nunavik, com base numa avaliação de necessidades. O sistema foi inovador e gerador de controvérsia no setor. O Acordo de Raglan abriu caminho a um conjunto de medidas de partilha de benefícios em projetos de mineração no Canadá.